Battle Royale: Uma análise gostosinha

Essa imagem é zika né


Há alguns anos motivado pela paixão de Kill Bill conheci Battle Royale, sendo uma influência direta para o filme, cheguei na adaptação lançada em 2000. Quando assisti gostei muito, porém não com a visão de hoje, visto que só queria ver a Gogo. De tudo só aproveitei a cena na qual um cara é apunhalado na giromba. Aquilo foi legal, mas hoje é incrivelmente melhor.

Battle Royale é uma desculpa pra uma rinha até a morte entre 42 adolescentes e a destruição de qualquer limite sobre qualquer coisa. Para criar tal contexto, nos é apresentado uma sociedade opressora que anualmente coloca uma turma do colegial pra se matarem, num ato chamado Programa de Sobrevivência. O objetivo disso é fazer os jovens terem respeito pelos adultos, e não boicotarem as aulas, claro.
Sim, isso parece bastante com Jogos Vorazes. Parece tanto que é copiado, porém a escritora tem seu mérito, porque utiliza do tema pra escrever sobre política, coisa que Battle Royale não faz muito bem. No mangá o governo é claro como vilão, mas só se destaca como parte desse sistema o cara escroto que coordena tudo. No filme, o japa de conjuntinho Adidas tem o mesmo papel, mostrando as medidas extremas de uma sociedade arrasada com os dizeres: "Vocês cabula a aula" e "Vocês não respeita os adulto". Uma firme crítica a sociedade atual.



Bem, vamos as comparações. Não posso dizer o quão próximo o livro está do mangá e do filme, porque ainda não o li. Ambos apresentam a mesma orientação em relação a história, diferenciando-se sobre os personagens e a maneira que algumas histórias são contadas. A essência do mangá esta presente no filme pelo seu formato: exagero, cortes rápidos e japoneses que gritam e sangram bastante.
O filme não tem foco nos personagens, mas sim na situação que aquele monte de gente se encontra. Totalmente o contrário do mangá, que por edições fica longe da ilha pra nos mostrar o passado e inspirações dos personagens. Funciona bem com alguns personagens, vide a menina Mitsuko cafetinando as amigas ou o dragqueen em "O último homem de pé". Entretanto essa mesma coisa é um saco com o protagonista Shuya.

Puta que pariu, como eu ria dele e pulava seus diálogos. Shuya é responsável por ditar o drama, e faz isso muito mal. Seus discursos vazios e olhos cheios de lágrimas atrasam pra caralho o desenvolvimento da história. É como se em cada edição o autor nos mostrasse a tristeza daquelas pessoas, e na próxima página uma galera querendo transar. De resto os flashbacks são bem legais, com alguns que poderiam ser mais curtos e de apenas uma edição. Exemplo do primeiro garoto: em poucas páginas você pode se afeiçoar ao gordinho e ficar triste por ele; 6 edições pro personagem tomar coragem numa atitude, como o arco do Mimura e Kung Fu Boy são desnecessárias.
Uma coisa bem editada nesse mar de Hermes e Renato que é o filme são as legendas. Diversas vezes são mostrados fundos pretos com alguma frase boba de alguém, e isso faz um sentido bem estranho pra condição do filme. A cada morte temos um fundo preto, e  isso significa alguma coisa sim. Ah, tem a trilha sonora, e ela é foda. Começa os créditos com Reiquem do Mozart. Tudo que eu lembro era de ópera no meio de matança, e isso é legal. Dá um ar de loucura  até nas cenas paradas. Isso é o filme: gente se matando e atores bem ruins. Se vale a pena? Haha delicioso leitor que acessa essa porra: vale muito.
Ai como o Shuya é bonito heim? Quero dar pra ele hihihihihi

Vamos lá. Passeio da escola com seus colegas figurantes de Malhação. Você acorda numa sala com um senhor de conjunto esporte que risca no quadro "BR" e diz que a lição é matar uns aos outros. Uma garota cochicha e sua cabeça é atingida por uma faca. Menos de 12 minutos e já contamos duas mortes espetaculares. Disso ai pra frente é só coisa boa. Moleque com machado na cabeça gritando a fórmula de bhaskara, gente com as melhores motivações maduras  provenientes de apelidos como "Cara de Camarão" e uma ótima Mitsuko (pra que torço que seja maior de idade) nas melhores trairagens e catfights. Sangue jorra amiguinho, e somando isso a roteiro zoado que eu sorrio muito. Eu não tenho capacidade suficiente pra expressar o que esse filme é, só te aconselho a assistí-lo com uma garrafa de pinga e brindar a cada aluno do nono ano que morre. Me agradeça depois pela ótima experiência.


  • Alguns pontos de interesse

Battle Royale é um filme controverso, porém é um passeio no parque comparado ao mangá. Pode-se perceber isso analisando as duas versões da Mitsuko. Em ambas as adaptações ela utiliza de todos seus recursos pra matar gente, uma garota letal e traiçoeira. Temos sangue e foice nas duas versões, mas a diferença esta nos aspectos apresentados em cada versão. No mangá tudo é feito de uma forma ainda mais gráfica, e a Mitsuko é a maior consequência disso. Há uma passagem com onde ela assassina um cara após transar com ele, e em seguida estupra um menino quase morto num surto causado pelo seu abuso quando criança. Estupro semi-necrofilo com insinuações pedo-incestuosas. É tudo explicito, e é uma parada desgraçada de se ver.
Estes pequenos aspectos podem ser observados no longa de maneira subentendida, sofrendo alterações fixas como o lance da infância da Mitsuko, que é representado numa metáfora fodida no mangá, e outros detalhes importantes que só quem conhece mais a fundo a história podem perceber. Outras porras cruciais pra história são só ignoradas mesmo, mas quem se importa quando temos a cena da Gogo.

Essa cena é bem dirigida, é o que minha mente nublada diz. A menina Chigusa corre por aí com o menino kung fu do bem. Uma música que você não pode cantar toca se prestar bastante atenção. São 30 segundos de seu cotidiano normal. Ela corre mais a frente, e agora está só nessa situação de loucura.


Aparece um garoto que quer muito transar, atira uma flecha nela, que fica muito zangada. Ela diz que vai furar ele todinho, e ela fura. Ela toma um tiro. E morre. Né?

Sobre o mangá: o desenho é feio, naquele traço de revista "Como desenhar mangá" que você tinha quando moleque. Os personagens masculinos são bombados de uma forma estranha e desnecessária, as personagens femininas são sexualizadas ou a garota feia da escola. Uma coisa legal são os personagens loucos, que são todos horríveis nas suas características.
Até uma parte da trama as coisas seguem uma direção, porém da parte pra frente começa a forçar. Yeah, exagero: gente carregando o intestino na mão por meia hora porque sim, batalhas sobre humanas com "ki" e os caralhos e gente que não morre. Cara, nas primeiras páginas o exagero já tá ali, então viva com isso...

ESPERE! O QUE ESTA ACONTECENDO?????? UM DRAGÃO LEITEIRO SE ABRIU NO CÉU  E UM TURBILHÃO DE PALAVRAS FEZ UM ANAGRAMA DIZENDO QUE O AUTOR NÃO TERMINOU ESSA MERDA DE POST! RÁPIDO, VAMOS SEGUI-LO! 

Eita porra heim! Parece que agora o autor esta morto! Mas se você ficar quietinho poderá ouvir no ecoar das folhas um chiar dizendo que a sequência do farol no mangá é foda, pois tem garota cuspindo sangue ao tomar uma colher de veneno e um impasse de loucura seguido por uma perspectiva das pessoas fora do jogo. A cena dos pais da guria crente é bonita, é o que ele diz.
Agora ele esta morto. Sei que sua alma desejaria falar que as edições brasileiras distribuídas pela Conrad estavam maneiras e maneiro mesmo seria se ela mandasse uns mangá pra nóis. Seu corpo descansa agora, num apagar de vida que grita: leia Batalha Rural se lhe faz feliz, e assista o filme se quiser diversão.

#pandeiro






































Unknown

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