Porque o final da Sexta temporada de Doctor Who traí a própria proposta

Doctor Who é uma série de ficção científica produzida pelo canal britânico BBC. Nele acompanhamos um alienígena do planeta Gallifrey chamado apenas de Doutor. Doutor viaja no tempo e espaço com sua nave em forma de cabine telefônica. Até o momento a série tem nove temporadas, sem contar a série clássica.

Aaaaah Doctor Who. Não existe nenhuma série que eu nutra ao mesmo tempo tanto amor e ódio. Com essa temporada não é diferente. Ela começou com uma puta proposta, e todo o seu desenrolar é incrível, muito bem construído. Parabéns à todos os envolvidos. De todas as temporadas, essa eu posso dizer, com absoluta certeza, que boa parte dos episódios são ótimos.E ela seria perfeita, se não fosse um pequeno, minúsculo e importantíssimo problema: o final. Todo o desenvolvimento do Doutor é jogado, literalmente, no lixo.

Desde o começo dessa nova série, vemos ele repetindo inúmeras vezes a frase: "Tudo tem um fim",  e isso inegavelmente faz parte da filosofia da obra. Toda a evolução, de um ser amargurado, perturbado pelo seu passado, à um homem que redescobriu a alegria de viver, só poderia ser finalizada com um acontecimento: sua morte. E isso, meus amigos, é o maior problema da temporada.
Logo no primeiro episódio, The Impossible Astronaut, presenciamos a morte do Doutor, e isso é bem chocante. O clima de felicidade é quebrado abruptamente por uma cena que não deixa brecha para uma outra interpretação. O porquê, como, e varias outras questões são respondidas ao longo dos excelentes 13 episódios. Personagens que surgiram lá na quinta temporada só são aprofundados e explicados aqui. Isso é incrível levando em conta o passado episódico da série. 

Mas aí vem o grande problema. Doctor Who é uma obra gigantesca, com décadas no ar, um dos pilares da programação da BBC, e como tal, não pode matar o protagonista assim, do nada. Por mais que toda o trama é feita para fazer-nos pensar o contrário, no fundo sabemos que não vai acontecer. O arco de evolução do personagem  o começo relutante, a negação, à tentativa de mudar o futuro, uma esperança que se sustenta no vácuo, e por fim a tristeza e aceitação  foi totalmente inspirado pelos Cinco estágios da Dor (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação), teorizados pela nossa amiga psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross. A aceitação do Doutor que a morte lhe é inevitável, que deve dar lugar para uma geração mais jovem, como é claramente mostrado nas cenas que precedem o clímax é jogada fora com o final.

Embora um personagem icônico como esse não possa ser morto, poderia ter sido, facilmente, uma despedida do nosso querido Matt Smith, sendo totalmente coerente com o tema tratado. O final, com nosso amigo alienígena saindo vivo, e sem nenhum arranhão é destoante e contradiz a mensagem passada, por fim transformando o que poderia ter sido a melhor temporada, numa apenas OK.


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Unknown

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2 comentários:

  1. Você é burro: "Mais aí vem o grande problema."
    O certo seria: Mas aí vem o grande problema.

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