Perdido em Marte é um filme lançado em 2015 pela 20th Century Fox. O filme se passa num universo paralelo em que a NASA não manda astronautas pra uma missão suicida em Marte. Na trama acompanhamos Mark Watney (Matt Damon), que foi abandonado em Marte, após sua suposta morte. Agora ele tem que lutar para sobreviver em um planeta deserto e descobrir uma forma de voltar para casa. 

Ia começar justificando a falta de posts, mas eu me lembrei que ninguém lê essa merda, logo decidi traçar um paralelo: Filmes são como lasanhas de microondas. A maioria dos filmes são aquelas baratinhas que tem uma uma porrada de sabores, mas dificilmente você consegue diferenciar um do outro. Não que seja ruim, mas continua sem identidade. Nesse paralelo louco e sem sentido Perdido em Marte é aquela lasanha cara, continua sendo uma lasanha de microondas, com aquele gosto artificial no fundo, mas é diferente das outras. Na verdade isso não faz sentido algum, mas eu gosto muito de lasanha.

Primeiramente gostaria que todos ignorassem gente que fala que é Robinson Crusoé/Náufrago em Marte porquê não é. A grande diferença entre Perdido em Marte e qualquer uma dessas obras é a forma como ele encara a solidão. Ele não é um filme pseudo-cult dark n` edge com uma aura depressiva e pessimista. E pra falar a verdade nem tenta. Todo o filme tem um ar de humor, piadas e sarcasmo por toda a parte. E isso é ótimo. As piadas são boas e ele não tenta ser politicamente correto, já que o filme está com uma quantidade considerável de palavrões. Mas não por ser engraçado que ele precisa ser bobo. Perdido em Marte é tudo menos bobo. Não é um universo utópico onde a NASA vai simplesmente resgatar um astronauta declarado morte, muito menos onde tudo vai dar certo.

O filme não tem uma puta trama, nós acompanhamos o dia-a-dia de Mark, seus objetivos, suas necessidades, a tentativa de conseguir contato com a Terra e ficamos torcendo pra não dar merda. Puta que pariu como eu torci pra não dar merda. Dava pra ver o cinema inteiro apreensivo e quando dava merda dava pra ouvir aquele Ahhhhhh. Tudo isso se deve a ótima direção de Ridley Scott (Alien) que nos mantem presos por todos os 144 minutos de filme. Os personagens são carismáticos, todos, mesmo aquele que não te pega no começo, ao final você está adorando. Mark é um ótimo exemplo disso. É improvável não se apegar ao personagem. Eu mesmo fiquei torcendo por ele todo o filme. Por outro lado, senti que o filme foi longo demais, algumas partes se são um pouco cansativas. Outro problema é o sentimento que perdi muita coisa nas explicações, nada de essencial, mas algo que poderia adicionar mais à experiencia.

A trilha sonora original é qualquer coisa. Não se destaca, mas não atrapalha. Ela tá alí, quietinha ajudando à criar o clima. A trilha licenciada é toda de músicas disco, e como eu sou um imbecil que adora flashback, me agradou muito. A sonorização tá muito boa, na cena inicial pode-se ouvir os grãos batendo e arranhando o capacete dos personagens, e perto do final todo o atrito da nave com a atmosfera, as partes tremendo, as coisa se soltando. A fotografia não se destaca até a parte final do filme, quando Mark anda sozinho pelo planeta. É muito bonito. Queria tirar uma print no cinema, mas infelizmente isso é crime, o que não me impediu de tirar uma foto e ter ficado uma bosta.

Perdido em Marte é um ótimo filme. Ele não foge totalmente do que estamos acostumados a ver, mas também é diferente da enxurrada de filmes de ação genéricos que vemos todos os dias. Ele é uma lasanha diferente, uma lasanha espacial.

Nota: 8.0 - Muito Bom

Se você estiver lendo isso eu ajoelho no chão, imploro, por favor deixe um comentário. Pode ser qualquer coisa, pode até falar da bíblia mas por favor comente.